Isto é muito diferente do comportamento de muitos cristãos do primeiro século. Diante da perseguição do Império Romano que exigia deles que afirmassem que “César é Senhor”, preferiam afirmar “Cristo é Senhor”, mesmo sabendo que isto lhes custaria a vida, como de fato custou a muitos, ao ponto de se ter o Coliseu Romano repleto de espetáculos, onde leões comiam cristãos.
Os modernos cristãos politicamente corretos, em busca do voto de todos os segmentos, preferem esconder a sua condição e assim preservar o mandato, porque temem que muçulmanos, hinduístas, budistas e outros credos possam retirar seus votos. Se os primeiros cristãos não poupavam a vida para afirmar sua fé, estes novos cristãos não entregam a vida e ainda negam a Cristo para salvar seus mandatos.
Este mesmo comportamento vi em Beijing em viagem que fiz. Há um processo crescente de ocidentalização, os shoppings começam a se preparar para o Natal, mas um Natal sem manjedoura, sem recém-nascido, sem Cristo. Não seria imaginável esperar que o Partido Comunista, ateu por definição, promovesse ou ao menos permitisse a propagação da mensagem natalina. Assim, o que se tem é o Natal como oportunidade de aumentar as vendas, como forma de promover jantares e confraternizações, mas sem a centralidade do personagem. Pasma-me que uma das músicas de Natal, a composta por John Lennon, seja uma das mais tocadas, mas nenhuma menção faz a Jesus.
Mas o que mais me preocupa ainda são as celebrações natalinas, que falam de Cristo, mas que têm por finalidade angariar fundos, pelo levantamento de ofertas especiais para sustento de patrimônios. É a mercantilização da fé, via encenações, corais, cantatas, onde o objetivo é ver o “templo cheio”, como sinal de sucesso e garantia de crescimento. São produções que nada têm a ver com a manjedoura, a falta de espaço para nascer.
Gosto do Natal, mas do Natal-família, do Natal-simples, do Natal de R$ 1,99. Meu sonho era um dia ter um Natal onde a comida fosse pão-com-mortadela e Tubaína. Já o tive quando fui a Porto Seguro, junto com amigos queridos.
Marcos Inhauser
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