6/28/2021

VIDA CRISTÃ E VALORES CRISTÃOS

Quando questiono o conceito de “vida Cristã” e peço que me definam o que isto significa, invariavelmente recebi respostas de cunho comportamental de cunho negativo, em uma coleção de nãos: mentir, roubar, matar, dever dinheiro, adulterar, falar palavrões, dançar etc. Esta coletânea de comportamentos enlistados pela sua negativa, tem outra que se propõe ser positiva: orar, jejuar, ler a Bíblia, amar, ajudar o próximo, etc.
Nunca vi ninguém me dar algumas das características que estão no Sermão da Montanha: ser humilde, chorar, ser manso, ter fome e sede de justiça, ser misericordioso, ser limpo de coração, ser pacificador, ser perseguidos e injuriado por causa da justiça, ser caluniado.
Sendo o Sermão da Montanha considerado, quase que por unanimidade, o resumo comportamental do evangelho e a síntese amplificada do amar a Deus e ao próximo como a si mesmo, porque ele não consta da lista dos “comportamentos cristãos” que andam de boca em boca?
Será que é porque ele coloca algumas coisas que fogem ao padrão do “evangélico de sucesso”? Quando se viu um pregado motivacional evangélico e arrecadador de dízimos dizer que a vida de um cristão implica em ser humilde quando ele mesmo não é? Ou que o cristão chora, quando a sua pregação é sempre “oba, oba”? Quando você viu um pregador midiático envolvido em luta pela justiça aos mais pobres? Tente lembrar-se de um sermão que você assistiu na TV em um dos programas destas “estrelas” onde ele pediu que você fosse pacificador? E sobre ser caluniado, perseguido, injuriado. È mais fácil você se recordar que ele disse que estas coisas na sua vida são obra do demônio e que deve ser expulso em nome de Jesus.
Tornou-se padrão a leitura romântica dos evangelhos, vendendo uma vida fácil, cheia de bençãos e sem nenhuma tensão ou crise. Bem disse o Dietrich Bonhoeffer: “é graça barata”. Fico com Alexandre Mack, fundados da Igreja da Irmandade: “deve-se calcular o custo de ser cristão”.

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