10/24/2021

O ESTUDO DAS PALAVRAS



Há um ramo da ciência que se chama etimologia. Ela vem do grego Etimologia (composto de “etmos” [verdadeiro, real] e “logia” [estudo]) e é um campo da linguística que estuda a história ou origem das palavras e explica o significado delas através da análise dos elementos constituintes e sua evolução histórica.

Algumas palavras derivam de outras línguas, muitas vezes modificada. A palavra de que dá origem é chada de “etmos”. Na comparação de textos com outras línguas, os etimologistas buscam reconstruir a história das palavras - quando elas entram em uma língua, quais as suas fontes, e como a suas formas e significados se modificaram.

As palavras não têm o significado que lhes atribuo. Elas têm seu significado histórico que são determinados por especialistas e estudiosos.

Quando alguém quer que uma palavra signifique o que ela não o faz, quem a usa de forma equivocada, dá mostras de ignorância linguística. Outros querem fazer dizer o que eles acham que elas devem dizer e erram por não conhecerem o significado consensual e técnico que lhe é dado.

Já ouvi muita coisa sobre algumas palavras, por parte de gente que se acha entendida e tenta ir ao grego, que mal conhecem, para que a palavra diga o que eles querem. Um exemplo disto é a palavra grega “porneia” que já vi citada com os mais variados sentidos por etimologistas de araque.
Exemplos destas dificuldades são as palavras “objeto” que na origem significava “objicere” no sentido de jogar na frente, impedindo a passagem. Com o tempo passou a significar “opor, censurar ou repreender”

Outra é a palavra “obsessão” do verbo obsidere (estar sentado diante, impedindo a passagem) que também teve o sentido de “aparições demoníacas à mente humana”, mas consolidou-se como “compulsão, ato teimoso e, às vezes, irracional”.

Ostentação também tem sua história. De ostentatĭo (“estender diante, pôr diante dos olhos”) gerou a palavra “ostensão”, que adquiriu o sentido de um ato arrogante ou vanglorioso e gerou a palavra ostentatĭo, isto é, “ostentação”.

Interessante é a palavra “óbito” que vem obire (“ir contra, afrontar”) e seu particípio obĭtus (“ato de ir ao encontro”), donde nasceu o sentido de “ato de ir ao encontro da morte.

No meio evangélico é comum encontrar quem queira que certos termos signifiquem o que eles querem. Exemplos são identidade de gênero, transfobia, misoginia, santidade (quando empregado como obediência a regras legalistas), etc. Não terminaria a lista se quisesse citar todas.

O que me admira é que tem gente que sabe mais que os doutores no assunto e que são mais exatos que filólogos, dicionaristas e etimólogos.

Marcos Inhauser

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